Em uma decisão que impacta a relação entre operadoras de saúde e prestadores de serviços, a Rede D’Or descredenciou três hospitais no Rio de Janeiro da cobertura dos planos de saúde da Amil.
A partir de 17 de setembro, os hospitais Copa D’Or, Quinta D’Or e Hospital Pediátrico Jutta Batista deixarão de atender beneficiários da Amil. A Amil, surpreendida pela medida, afirmou que a suspensão foi “unilateral e imotivada”, mas está aberta ao diálogo.
Segundo analistas do Itaú BBA, a decisão pode estar relacionada a desacordos sobre a tabela de preços praticada.
A Rede D’Or, que desempenha um papel crucial na venda dos planos da Amil, pode ter identificado que os preços e a complexidade dos procedimentos não eram vantajosos para seus hospitais.
Este desentendimento ocorre em um momento delicado para a Amil, que está focada na recuperação da lucratividade e na otimização de sua rede de prestadores.
A relação entre prestadores de serviços e seguradoras tem se tornado mais tensa, com prazos de pagamento mais longos e maior pressão sobre a gestão de caixa dos hospitais.
Este episódio é mais um capítulo nessa história conturbada, que já teve outros sobressaltos, como o descredenciamento de 16 hospitais da Rede D’Or pela Amil em 2019.
Os analistas do Itaú BBA destacam que os hospitais descredenciados são maduros e provavelmente operam com alta taxa de ocupação.
A capacidade total desses hospitais representa cerca de 7% da capacidade operacional da Rede D’Or, mas a empresa continua confiante na lucratividade e na capacidade de substituir os beneficiários afetados.
A notícia teve pouco impacto nas ações da Rede D’Or, que fecharam com uma queda de apenas 0,28%, a R$ 28,17.
O banco Itaú BBA manteve a recomendação de compra das ações, com um preço-alvo de R$ 39, representando um prêmio de 38,4%.
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